domingo, 22 de julho de 2012

CAMPANHA ARRECADAÇÃO DE LIVROS TANGRAM DAS IDEIAS


Nossa campanha de arrecadação de livros é constante. Os livros arrecadados serão doados em eventos culturais através de nossa campanha de Incentivo à Leitura. Se você quiser participar doando livros, faça contato e iremos retirar. Envie um e-mail para contatotangram@gmail.com, título do assunto: DOAÇÃO DE LIVROS 


domingo, 17 de junho de 2012

BENEDITO DIMAS FERREIRA

O escritor Benedito Dimas Ferreira nasceu no dia 03 de maio de 1965 na cidade de Taubaté-SP. Professor de inglês, romancista, contista, poeta e trovador, Benedito Dimas Ferreira é formado em Administração de Empresas e em Letras, pela Universidade de Taubaté. O autor é membro da União Brasileira dos trovadores de Tremembé-SP e participa dos eventos literários promovidos pela Biblioteca Municipal de Taubaté. Benedito Dimas foi premiado várias vezes em diversas categorias como trovas, poesias e contos. Os feitos dos quais ele mais se orgulha: um conto premiado pela Academia Taubateana de Letras, e dois premiados em Avis – Portugal.

OBRAS:

51 Trovas, 25 Poesias, 28 Contos (2 livros), 1 Livro de não ficção, 1 Romance baseado em fatos reais

PREMIAÇÕES

2003 - Concurso de Poesias -“Casarão das Artes” – Taubaté-SP
Poesia Mundo Breu 5º lugar
2004 -  XVII Concurso Nacional de Contos “Cidade de Araçatuba”
2007 - V Concurso de Poesias Poetas do Vale – Taubaté-SP
Poesia Fidelidade Matrimonial  Diploma de Menção Honrosa
2009 - Concurso de Trovas da UBT – União Brasileira de Trovadores –  Tremembé-SP
Trova Emoção Menção Especial
2009 - União Brasileira de Trovadores de Tremembé-SP I Concurso de Trovas e Poesias do Salim Taubaté-SP - Trova Imigrante Menção Especial
2009 - VIII Concurso de Poesias Poetas do Vale – Taubaté-SP
Poesia Manobrista de Estacionamento - Diploma de Menção Honrosa
2011 -  2º Concurso Regional de Contos – Academia Taubateana de Letras
Conto O Perdão Diploma de 3º lugar
2011 - VIII Concurso Literário “virArte” -Santa Maria-RS
Poesia Tributo ao Sol Diploma de Classificação
2011 - União Brasileira de Trovadores de Tremembé-SP
1º Festival Literário de  Tremembé Trovas, Poesia, Conto e Crônica
2012 – Conto: A Crise - Diploma de Menção Honrosa no X Jogos Florais de Avis, em
Portugal

CONTO 1: A CRISE – Autor: Benedito Dimas Ferreira

Este conto foi premiado com Diploma de Menção Honrosa no X Jogos Florais de Avis, em
Portugal, no dia 19 de maio de 2012.


A cidade está uma correria. Também pudera, é dia de decisão política. Sim, uma decisão política mundial está prestes a acontecer. Como deputado federal de respeito em meu país, eu não poderia ficar fora desse evento monumental, e aqui estou: Numa grande metrópole da Europa, num suntuoso prédio onde funciona um importante departamento da maior Organização Representativa das Nações do planeta. O que vou assistir? É simples: Nesta audiência, uma pessoa devidamente habilitada, vai anunciar o nome do país mais rico do mundo. Estou trajando um terno passeio completo. O terno é preto e a gravata azul marinho.
Acho que estou bem vestido, afinal, a ocasião merece. Para não perder o tipo de “executivo”, eu não me esqueci de trazer minha tradicional valise. Não posso reclamar, afinal, além do enorme salário que me pagam como deputado federal, eu fui escolhido para representar o meu país neste evento esperado por todos. Fiquei hospedado num hotel 5 estrelas. Assim como o avião que me trouxe, o hotel, a hospedagem e até mesmo a limusine que me trouxe até este suntuoso edifício são de primeira classe. Entro no prédio e algumas pessoas passam por mim. Tem gente de tudo quanto é canto do planeta. E cada qual com o seu devido traje. Eu encontrei até mesmo pessoas trajando túnicas e turbantes, conforme as tradições de seus respectivos países.
O auditório também é grandioso. Ele exibe as bandeiras dos países mais influentes do mundo, os quais tiveram seus respectivos hinos tocados antes de começar a cerimônia. É estranho estar aqui, num evento extremamente importante, torcendo para que o meu país seja lembrado como o país mais rico do mundo. Afinal, estamos em meio à maior crise financeira desta região do planeta, onde não se localiza o meu país de origem. Porém, este meu país, devido à soma de seu PIB, ou seja, de seu Produto Interno
Bruto, que é a somatória de todos os bens internos do país; às suas belezas e riquezas naturais; à grande produção de alimentos; à estabilização da moeda e ao declínio acentuado do desemprego, tem grandes chances de ser considerado o mais rico do mundo. E estou na expectativa. O tempo passa, e até mesmo as autoridades aqui presentes ensaiam algumas conversas paralelas entre si, a fim de matar o tempo e de
acalmar a ansiedade provocada pela espera. Até cafezinho os representantes tomam.
Finalmente, é anunciado o nome da nação mais rica do mundo. Eu fiquei pálido momentaneamente.
Quase passei mal. Eu não podia acreditar no que ouvia: O nome do meu país era pronunciado em alto e bom tom nesta casa de todas as nações. A minha pátria mãe era a nação mais poderosa do planeta. Muitas autoridades presentes cumprimentaram o nosso presidente da república, parabenizando-o. Fiquei muito orgulhoso. Ao retornar, parecia que até mesmo o terno que escolhi para usar neste evento tão especial, pesava sob as minhas costas, tamanha a responsabilidade de ostentar um importante cargo público no país agora considerado a maior potência mundial. O terno pesava tanto que, já acomodado na poltrona do avião, fui acometido por um sono tão pesado que tudo o que fiz em seguida foi dormir... E tive um dos sonos mais profundos e renováveis que já tive em toda minha vida.
Ao chegar ao meu país, uma limusine oficial do governo federal já me esperava no aeroporto. Dentro da limusine tinha de tudo: desde lanches e sucos, até aparelhos de DVD com vários filmes ao meu alcance para escolher. Eu pensei comigo mesmo: “Pra que tudo isso? É muita pompa pra quem não precisa. Eu tenho um salário altíssimo; eles me pagam tudo. Até gasolina, hospedagens em luxuosos hotéis e ajuda de custo para aluguel eles me pagam. Ajuda de custo pra que, se com o alto salário que recebo, eu posso muito bem ter a minha própria mansão? Isso tudo sem contar que meus assessores têm praticamente a
mesma mordomia!”. Prezado leitor(a), vamos deixar pra lá estes absurdos considerados legais neste meu querido país, que compuseram a minha crítica social neste conto, e vamos voltar à minha narrativa:
E esta confortável limusine adentra o portão da frente e após percorrer o lindo jardim que envolve o meu lar, me deixa na porta da minha mansão. As camareiras e os mordomos correm para me atender.
– Quer ajuda senhor deputado? Posso trazer algum lanche ou alguma bebida?
E o mordomo também oferece seus serviços:
– Precisa de alguma coisa senhor?
A minha vontade de resgatar a minha vida de homem normal, do povo, homem humilde, surgiu neste momento:
– Não, obrigado. Vocês podem retornar aos seus aposentos e não se preocupem comigo.
E tiro o meu paletó; começo a desfazer o nó da minha gravata; desabotoo alguns botões da camisa; solto os cadarços do sapato e com um prazer enorme por estar de volta à minha casa, após passar horas naquele ambiente cheio de gente de pompa, eu atiro os meus sapatos com os pés no chão daquela enorme sala e ligo a televisão. Todas as emissoras anunciavam a grande notícia sobre o reconhecimento de que o nosso país era finalmente o mais poderoso do mundo. Uma delas exibiu uma reportagem a qual prova que, apesar da decisão daquela Organização Mundial e apesar da “Crise” financeira que envolve os demais países do globo, neste meu país não há uma justa distribuição de renda. O número de pobres aumenta muito mais do que a minoria dos ricos. É como se o país fosse um enorme pão, e apenas 10% deste pão é destinado às pessoas de baixa renda e aos desempregados que crescem numa escala assombrosa a cada ano, e os outros 90% são pertencentes aos ricos. Ou seja, o título de “país mais rico do mundo” fica muito
bonito nas estatísticas e nas notícias que dão status ao país, mas de maneira alguma, este rótulo traduz de maneira fiel, a situação do país que chega a ser vergonhosa em muitas áreas como a saúde por exemplo.
Em muitos hospitais é comum o descaso com os nossos doentes, que morrem deitados em macas nos corredores à espera de atendimento. Aliás, eu assisti uma reportagem sobre a péssima situação de hospitais em nosso país, na qual exibe a mortandade de pacientes por falta de atendimento ou por atendimento ineficaz.
E pensei comigo mesmo: “Aos olhos do mundo este país é o mais rico, mas aos olhos de uma realidade cruel, onde impera o desprezo ao ser humano menos privilegiado, este país ainda tem muito que melhorar em muitos aspectos. Com muita coragem, elaborei um documento com fotos e vídeos mostrados na reportagem sobre o caos da saúde em meu país; anexei um Ofício solicitando uma revisão quanto aos trabalhos e às pesquisas em questão que elegeu e engrandeceu o meu país como sendo o “mais rico do mundo”; agendei a viagem de volta e entreguei os documentos ao representante desta grande Organização Mundial. Este senhor agradeceu o meu esforço e reconheceu em mim um homem raro nos dias de hoje, ou seja, um político honesto. Mas ele disse que não poderia anular a decisão soberana da escolha do meu país como “o país mais rico do mundo”. Porém, para justificar todo o meu trabalho de ter viajado até lá para expor as minhas idéias e os meus ideais, ele me mostrou o microfone dos palestrantes e me disse: “Vá até
lá, na tribuna, e diga ao mundo o que pensa, você merece ter esta oportunidade”. Toda a imprensa escrita, falada e televisiva acaba de ser informada que um nobre deputado desta grande nação, hoje tão respeitada ao redor do mundo, fará um pronunciamento expondo os seus pontos de vista.
Eu agradeci a oportunidade, me dirigi ao microfone e iniciei o meu discurso:
“O mundo anda nervoso, agitado. Tudo por causa da tal “crise” pela qual passa muitos países, antes tidos como grandes potências mundiais. Hoje, porém, estão travando uma guerra interna moral e emocional. Não se sabe se a moeda destes países é uma moeda forte ou fraca; se a economia local está bem estruturada ou não, muito menos se haverá emprego para todos no futuro. Eu gostaria de aproveitar a oportunidade e fazer um alerta: A riqueza, a qual pode ser mensurável através do dinheiro que nada mais é do que papel transformado em nota, e metal transformado em moeda, não é parâmetro compatível com os verdadeiros e sublimes dons inatos do ser humano que são o Amor e o Respeito para com o próximo. Vamos adotar como critério a qualidade de vida das pessoas. A população tem o direito de viver bem. E para isso ela tem que trabalhar, se alimentar, e se educar adequadamente, com a saúde devidamente assegurada dentro dos recursos atuais com os quais a medicina pode contar, e ainda, tudo dentro de uma maneira sustentável de se viver, preservando as florestas e o meio ambiente. Aí sim,
poderemos premiar esta nação não com o título de “o país mais rico do mundo”, mas com a virtude de ser “o melhor país do mundo.” Obrigado.”
Com lágrimas nos olhos, mas com a consciência tranquila do dever cumprido, abandono o
microfone; agradeço às autoridades e às poucas pessoas presentes na ocasião, e me retiro. Entro na limusine que me leva até o aeroporto. Já dentro do avião, a aeromoça me acorda:
– Senhor deputado, chegamos ao seu destino e parabéns pelo título que o seu país conquistou.
E eu respondo prontamente:
– Obrigado. E o que você achou do discurso?
– Discurso? A qual discurso o senhor se refere?
– Da minha proposta de melhorar a vida das pessoas ao invés de se preocupar apenas com a “crise” financeira dos países.
– Sinto muito, senhor deputado, mas eu só me lembro de que o nosso país foi escolhido hoje como o “país mais rico do mundo” e nada mais.
Com as mãos trêmulas, retiro do bolso do meu paletó o convite para o grande evento da maior Organização Mundial das Nações do Planeta, o qual escolheu a maior potência mundial da atualidade. E percebo que a data que consta no convite é a de hoje, ou seja, após a cerimônia, eu dormi no avião, na viagem de volta, e aquele discurso maravilhoso não passou de um sonho. Autoridades de meu país e dos demais países do mundo que vierem a ler este meu conto, por favor, façam o meu sonho virar realidade!

domingo, 3 de junho de 2012

GUERÁ FERNANDES

PEDRA SOBRE PEDRA

Pedra de ser canto de claríssimos e mínimos e descontentes, corte do quase nunca, onde tudo é horizonte di-verso. A poética nos “impricípios” enredados de meios sem fim.  Sobreviver a escrita a coisa dita que a poesia que delira também planta duras vigas. Há algo que logo se anuncia: a solidão é para os fortes! E é doce como se já estivéssemos depois do perdão. E pudéssemos amar o outro como a si mesmo. Não são mais poemas de redenção, são de compreensão. Eu estive por lugares que partem. E quando se chega assim. Vê-se que caminhar é não ter fim. Porque os lugares sempre partem. Duro aprendizado de quem se lança a viver sua poesia, e com ela a cara pra bater, dela a carne pra doer. Há que ser forte para sobre vi ver-se. E há mesmo por parte minha, discursos e poéticas, que já não são mais delírios líricos, mas devires da escrita. A problemática da poesia, de valores, se ser significa, a voz no beco sem saída não lamenta. E agora não se pergunta tal um personagem de Chaplin desajustado. Falar de poesia num momento desses é feito inadequado, fora de hora, tanta coisa pra fazer. Ser poeta é uma espécie de não ser. Não caber muito bem nas gretas visíveis, a vida com seus becos cada vez mais estreitos. Agora sem mil portas. Assumir o não ser. Diante do vazio do mundo, de toda ausência de não ter tido, o perdido de nem ter reconhecido o direito de não querer. Já sabia o deserto, já me sentia de lugar nenhum. O instante do não movimento na coisa fotográfica e a fotografada! O objeto do poema, o flash de quem olha de dentro e rente. Palavra música teatro romance-cinema no novo trabalho de ferro e fotos anímicos irresponsavelmente anímicos da estética das artes plásticas. Talvez seja verdade que toda poesia no fundo não passa de um poema de amor. E se as paixões não sobrevivem a perda do objeto amado, com amor é diferente, o amor pode ausentar-se a vida inteira da gente e estar sempre ao lado. Eu nem sei bem, \ mas eu continuo \ e falo por nós dois. \ – Não esquece o casaco! \ \ Veja os relâmpagos! \ A noite tem seus segredos... \ Amar vem de um destempero. \ Canção que não descansa \ na cachoeira. O verde \ mais bonito. Dividir \ o que temos quando já é \ pouco. Existir é insistir. \ \ Se a vida é adversa \ e ela pede eu verso \ eu voo e grito ao infinito. \ Meu canto triste pode \ \ \parecer, mas acredite \ é um choro de quem resiste! O humano parece viver mesmo o cume da automatização. A máquina faz tempo não assusta o homem. Ela já tem uma história com o homem. Os brinquedos que brincam nossas crianças, o título de intrigante poeminha é para desafiar o leitor a investigação. Quem é que brinca se pergunta quando brincar é o princípio de tudo até o fim. Havia ali uma estranheza de pele. A morte da máquina representada na arte. Brinquedo bélico insurgindo do cemitério de coisas. Imponho-me uma busca de renascer ou de pelo menos morrer na arte.
         
                                      Um estranho no fim da avenida!

PEDRA DE SER CANTO

Adélia vê na pedra de Drummond
O olhar generoso sobre as coisas
Ana C. diz que no meio do caminho
A pedra do poeta é o time
Que você tira de campo

Viver é uma espécie de cansaço
Ainda que Cabral a cante à palo seco
Sem lira sem romance sem vinho
De nascença uma pedra
A alma estranha de ser canto

E mesmo sem régua que sou vento
Eu olho para a pedra em silêncio
De ser pedra e não sentimento
Sei que da montanha carrega
Uma espécie de remanso

A pedra no meio do caminho
Como alguém em perdido descanso



TRILOGIA POÉTICA

2001 - Na Antessala da Fala, um livro todo à espreita, o verso beirando-se ainda. Um rio improvável e seus tantos disfarces: córrego, lago, cachoeira, cidade... As palavras nossas repetidas de todos os dias, mas ainda mais aquelas que jamais serão ditas. Esse silêncio do não-dito é assustador. As pessoas romantizam o silêncio, porque desaprenderam a escutar. Só a poesia compreende o terror do silêncio. Mas poesia é também do voo das palavras-aves, palavras-pássaros... Rio não ri nunca, alagado. Cachoeira é que dá risada.

2008 - Mares de Ilhas e de Cores se Chove, saiu sete anos depois e um desejo forte de exorcizar um pouco essa relação de culpa que as pessoas sentem e sofrem buscando um ser sublime. ‘Sua leitura é sua pedra. / Quem poderá deter-te montanha de palavras? Cada um lida com seus cascalhos diários. // Nos seus olhos esse diamante sofrido. / Ainda que verde o castanho.’ Os silêncios são sós. Estiagens de sons. Os poetas são meninos .Que não foram bons. Eu abri o livro brincando com cores, mares, ilhas, chuva. Eu pop, mas não com descrédito. É mais uma poesia que não pede perdão e que da próxima vez promete ser mais cruel. Era o meu rock! Parece-me que só o que fica dos outros é o que somos de verdade em definitivo.




2009 - Infinito Berrante, saiu no ano seguinte. O momento do grito. Um livro denso. Na capa a foto da atriz Adriana Rabelo no monólogo Visitando Camille Claudel, famosa escultora francesa. Porque amantes nós somos mágicos. Mas amando nos tornamos trágicos.




2010 - O POÇO, um conto épico, poético, impactante. O livro possui uma linguagem de entranhas cinematográfi­cas. O texto se move como se portasse uma câmera capturando as imagens. A sétima arte entende melhor essa coisa ‘de que parece um amanhã, mas já está acontecendo. É esse agora muito presente’. E é nesse futuro indeterminado entre o aparente real e um possível sonho onde se encontra o poço, espécie de limbo. Fantástica a transforma- ção dos dois irmãos: Jeremias, menino poeta que aprende a sobreviver como um urubu e se torna o melhor catador de lixo da cidade; e Mirael, que vai buscar a sua identidade e se torna o imperador dos ratos. São muitas as simbologias para falar do humano no lixo. E é na saga de uma mulher que o leitor fará uma viagem num tempo aonde o mundo chegou ao ­m. Por ora se perguntará se apenas estará preso ao sonho dela. Ela: a guardiã do poço. Clarice, mãe, prostituta, que viveu de concessões, se entregando aos generais mutilados, voando baixo como uma barata. Ela decide que eles só tomarão da água do poço depois que a pequena chegar para juntos fazerem a travessia. E a fi­lha que não chega? Diana, aquela que tem a marca da profecia. Encanto e magia para revelar que milagres acontecem e que inevitavelmente caminhamos para nossa redenção ou a destruição da humanidade.


Guerá nasceu no dia 30 de julho de 1968, em Durandé, Minas Gerais. Em 2001 lançou o livro Na Antessala da Fala, um trabalho independente. Do encontro com Editora Multifoco: Mares de ilhas e cores se chove (2008), e Infinito Berrante (2009) fechando uma trilogia poética. Em 2010, um trabalho em prosa, O poço.  Agora em 2012, a nova poesia do poeta está em Pedra de ser canto.
Para conferir e conhecer um pouco mais de Mares de Ilhas e de Cores se Chove, Infinito Berrante, O Poço e este novo trabalho de Guerá, Pedra de ser canto; para isso é só entrar no site http://www.editoramultifoco.com.br/ . Confiara mais sobre o autor blog  guerafernandes.blogspot.com/

domingo, 20 de maio de 2012

ENTREVISTA COM ANDRÉ LUIZ CABRAL DE VASCONCELOS - EDITORA CASA CULTURA


A Editora Casa Cultura é uma empresa valeparaibana preocupada e voltada para questões educacionais, culturais e sociais fundada, em 2006, por André Luiz.
 
TD – Conte um pouco da Editora Casa Cultura.
AL – Após vários anos lecionando e trabalhando com editoração de livros surgiu a oportunidade de oficializar um antigo sonho de criar uma instituição sem fins lucrativos que pudesse contribuir para a formação cultural e afetiva de crianças carentes (Instituto Mundo a Fazer). Com o início das atividades, sentimos a necessidade de contar com um material pedagógico que reforçasse os conceitos educacionais que nossas ações pretendiam transmitir às crianças. Foi assim, que três meses após a oficialização da instituição, decidimos fundar a editora Casa Cultura.
 
TD – E hoje, quais são as propostas da Editora Casa Cultura?
AL – É incentivar a produção literária e o hábito da leitura em crianças, desde a educação infantil até o ensino médio, através de projetos. Existem também os departamentos que cuidam de publicações de livros, capacitação de educadores, atendimento de feiras literárias, entre outras atividades.
 
TD – Explique melhor os projetos literários realizados pela Editora Casa Cultura.
AL – A editora está aberta a analisar e buscar alternativas de publicação para todos aqueles escritores que possuem seus trabalhos engavetados, buscando caminhos para transformá-los em verdadeiros autores de livros. Muitas pessoas têm vontade de publicar, mas não sabem por onde começar. Para estes casos, oferecemos uma assessoria dando orientação sobre os trâmites necessários para a publicação, independentemente de contrato com a editora. Porém, nosso encantamento está nos projetos dedicados às crianças. Criamos há 4 anos o projeto “Semeando escritores... Colhendo autores” que promove, de diversas maneiras, a publicação de livros, impressos e digitais, para estudantes da educação infantil até o ensino médio. Deste projeto surgiu outro denominado “Clube de Letras” que publica livros com até 40 páginas de crianças e adolescentes até 17anos. Este projeto será lançado com 4 autores, com idade entre 10 e 12 anos, durante a FLIT – Feira Literária Infantil de Taubaté, que ocorre neste ano no período de 30 de junho a 04 de julho.
 
TD – Estamos sabendo que a Editora Casa Cultura está lançando uma revista sobre Educação e Cultura. Gostaria que você nos falasse sobre isso!
AL – A ideia desta revista era que inicialmente ela fosse produzida apenas em formato digital, com vinculação de vídeos e textos de educadores e profissionais que pudessem fornecer informações sobre educação, comportamento e cultura para professores e pais de alunos. Depois de muitas reuniões com o grupo de colaboradores chegamos à conclusão que seria mais interessante contarmos com o material impresso, com periodicidade trimestral, surgindo, então, a Revista Repasse, que será lançada no próximo dia 25 de Maio.
 
TD – E por que o nome Repasse?
AL – Na verdade, a revista trabalha o conceito de que é preciso haver espaço para discussão de temas e propostas, principalmente entre educadores e pais de estudantes, público ao qual se dedica a revista. O nosso conceito de repassar baseia-se em: repensar, reler, rediscutir, reavaliar, reorganizar, reciclar, refazer e repassar suas conclusões para outras pessoas. Nossa intenção é criar uma ferramenta para debates, utilizando a revista em formato digital como um meio dinâmico de discussão de ideias.
 
TD – E como será o lançamento desta revista?
AL – Organizamos uma festa que atendesse a dois objetivos: o lançamento da revista e o levantamento de renda para o Instituto Mundo a Fazer.  A cada três meses realizaremos uma festa temática para apresentar as novas edições, destinando toda a arrecadação de consumo para os projetos sociais da instituição. O nome das festas será sempre “Celebração” e o tema desta primeira será “Anos 80”.
 
TD – Qual o objetivo do Instituto Mundo a fazer?
AL – O objetivo é a promoção de ações educacionais e culturais para atendimento da população carente, com a proposta de realizar atividades nas escolas particulares em troca de doações de brinquedos usados, livros, material escolar, alimentos e roupas, que, posteriormente, são distribuídos em outras ações realizadas em comunidades carentes.
 
TD – Gostaríamos que você nos falasse dos seus projetos para a FLIT este ano.
AL – Na FLIT nós manteremos um grande estande com venda de livros e um espaço para atendimento de escritores. Também promoveremos palestras sobre vários assuntos em todos os dias do evento, trabalharemos com o projeto “Semeando Escritores, Colhendo Autores” incentivando a produção de textos, teremos lançamento de livros e mesa de bate papo com os autores, inclusive, com os jovens escritores do “Clube de Letras”.
 
TD – E para finalizar, o que podemos antecipar para os nossos seguidores sobre a participação do Tangram das Ideias no projeto surpresa que será lançado na FLIT?
AL – A grande novidade da Editora Casa Cultura e do Instituto Mundo a Fazer, juntamente com outros parceiros, é o  lançamento do projeto “Circulando Livro & Mente”, que consiste em um ônibus todo adaptado que levará às escolas e a outros eventos da região valeparaibana várias atividades culturais e pedagógicas, tais como: biblioteca itinerante, recursos audiovisuais, contação de histórias, teatro de fantoches, exposições, oficinas de criatividade, e a participação do Tangram das Ideias com a “Campanha de Incentivo à Leitura”, através de trocas e doações de livros, parceria que pretendemos estender a outras oportunidades.
 
TD – Muito bom, André! Parabéns por sua trajetória e muito sucesso com este ônibus, que ele te traga mais oportunidades para novos projetos! E quanto a nossa parceria, que começou com a publicação do livro “O lado poético do Tangram das Ideias”, certamente, ela só tem a crescer! Muito obrigada!

domingo, 13 de maio de 2012

GERALDO VENDRAMINI - O SANTEIRO

Geraldo Vendramini

Ele é artista plástico, arte-educador e pesquisador da história da arte com ênfase na arte Sacra e tem apreço especial pela cultura religiosa do vale do Paraíba. Cria imagens em terracota, resina e gesso, oratórios, além de restaurar e reformar peças religiosas. Valoriza o artesanato regional e sua influência na identidade da arte brasileira. Geraldo Vendramini, fala para o Tangram de seu trabalho e da sua relação com imagens e ícones religiosos.

Iniciei minha relação com as imagens e ícones religiosos ainda criança, quando conheci a irmã Madalena, da congregação missionária franciscanas. Ela trabalhava com gesso, restaurava e produzia imagens de santos e anjos. Comecei a frequentar seu atelier, onde eu a ajudava a lixar peças, e foi assim, observando que me encantei com este trabalho, daí para frente não parei mais.
O restauro sacro para mim é um trabalho de concentração, de pesquisa, de muita paciência e  admiração, é algo que vai além de um retroceder, é uma espécie de renovação interior, é uma ação de resgate cultural religioso, algo místico, quase mágico, que após um processo de um silencio quase que mortuário, manifesta prodigiosamente a dinâmica da fé. O restauro é uma ação de transposição, de ligação entre o divino e o humano é algo ligado ao transcendental   que muitas vezes nos retira do marasmo, da zona de conforto, nos  reconduzindo ao caminho da piedade. Já o trabalho artístico que realizo, de modelagem em terracota, gesso, papel e materiais diversificados, acredito que, além de auxiliar a propagação e divulgação de valores atribuídos à religiosidade, pretende também oferecer algo moderno,  simples,  belo,  e que possa levar o devoto a oração, cultivando a crença inocente ainda presente na cultura   vale paraibana.
A final o Brasil é um país de uma religiosidade ímpar. Entre os brasileiros existe uma efervescência  de manifestações místicas e espirituais, que revelam suas particularidades e ao mesmo tempo uma grande tendência ecumênica,  onde as diferenças de credo são estreitadas no sincretismo religioso. No entanto no vale do Paraíba esta religiosidade tem suas particularidades, a religião está muito ligada ao cotidiano, existe além de um conceito teológico uma crença inocente, misturada a crendices  manifestadas no folclore e nas festas religiosas.
Geraldo Vendramini


Para saber mais sobre o artista e seus trabalhos visitem o blog O SANTEIRO - Oratório e Imagens Sacras http://geraldovendramini.blogspot.com.br/

domingo, 6 de maio de 2012

CLODOMIRO AMAZONAS


Amazonas, Clodomiro (1883 - 1953)        
Biografia

Clodomiro Amazonas Monteiro (Taubaté SP 1883 - São Paulo SP 1953). Pintor e restaurador. Inicia-se em pintura aos 16 anos, realizando restaurações em telas e afrescos do Convento Santa Clara, em Taubaté. Estuda com o pintor Augusto Luís de Freitas (1868 - 1962) no fim da década de 1890. Interessado em promover atividades culturais, funda na cidade, em 1905, a Associação Artística e Literária. Passa a viver em São Paulo em 1906, quando entra em contato com a obra de
Baptista da Costa (1865 - 1926) e tem aulas com o pintor Carlo de Servi (1871 - 1947). Paralelamente às atividades artísticas, trabalha em repartições públicas e atua como ilustrador para publicações como a Revista da Semana. A partir de 1924 dedica-se exclusivamente à pintura. Mantém contato com intelectuais, escritores e artistas como Monteiro Lobato (1882 - 1948), Menotti del Picchia (1892 - 1988), Lucílio de Albuquerque (1877 - 1939) e Georgina de Albuquerque (1885 - 1962) e Pedro Alexandrino (1856 - 1942), entre outros. É um dos fundadores do Salão Paulista de Belas Artes, em 1934. Torna-se principalmente pintor de paisagens paulistanas, utilizando óleo, aquarela, carvão e pastel.

Comentário Crítico

No início de sua trajetória artística, Clodomiro Amazonas atua como restaurador e posteriormente dedica-se à ilustração de várias publicações, como A Revista da Semana. Torna-se um pintor essencialmente paisagista. Suas telas são conhecidas pelas vistas de matas fechadas, riachos e colinas com árvores coloridas do interior de São Paulo, como em Caminho com Jacarandá Paulista (1935). Mantém-se à parte das inovações do movimento modernista, permanecendo fiel a uma fatura mais tradicional. Sua produção permite a aproximação com a pintura de
Baptista da Costa (1865 - 1926), pela maneira de representar a natureza e pela paleta harmoniosa.
As obras do início da carreira de Clodomiro Amazonas apresentam pinceladas lisas e composições mais detalhadas. Posteriormente realiza uma fatura com pinceladas mais amplas, utilizando também a espátula. Como nota a historiadora da arte Ruth Tarasantchi, o artista trabalha com croquis nos locais, passando-os depois para a tela, no ateliê; outras vezes, usa registros de fotografias, tiradas por ele mesmo, e cartões-postais, como em Trecho da Praia de Itapuca, em Niterói. Os mesmos procedimentos e temas são empregados por outros artistas, como Wasth Rodrigues (1891 - 1957) e Oscar Pereira da Silva (1867 - 1939).
Considerado pela crítica em sua época como o "verdadeiro pintor brasileiro",1 Clodomiro Amazonas cria paisagens poéticas, em que se destacam exemplares da flora brasileira, como ipês, quaresmeiras e embaúbas, com perspectivas amplas e uma paleta de tons luminosos.



Nascimento/Morte
1883 - Taubaté SP - 14 de março
1953 - São Paulo SP - 22 de agosto
Formação
s.d. - São Paulo SP - entra em contato com a obra de Baptista da Costa
s.d. - Seu mestre, durante um ano e meio, foi o pintor Augusto Luiz de Freitas. Estuda também com o artista italiano Carlo de Servi
Cronologia
Restaurador e pintor
1901 - Taubaté SP - Prepara suas próprias telas e molduras. Restaura obras do Convento Santa Clara, em Taubaté
1905 - Taubaté SP - Interessado em criar um ambiente artístico na sua cidade, funda com dois de seus mestres, Gastão e Euzébio da Câmara Leal, a Associação Artística e Literária de Taubaté
1906 - São Paulo SP - Muda-se para essa cidade
1926 - Norte e Nordeste do Brasil - Realiza exposições em todas as capitais e pinta inúmeras paisagens
1934 - São Paulo SP - É um dos fundadores do Salão Paulista de Belas Artes
Nascimento/Morte
1883 - Taubaté SP - 14 de março
1953 - São Paulo SP - 22 de agosto
Formação
s.d. - São Paulo SP - entra em contato com a obra de Baptista da Costa
s.d. - Seu mestre, durante um ano e meio, foi o pintor Augusto Luiz de Freitas. Estuda também com o artista italiano Carlo de Servi
Cronologia
Restaurador e pintor
1901 - Taubaté SP - Prepara suas próprias telas e molduras. Restaura obras do Convento Santa Clara, em Taubaté
1905 - Taubaté SP - Interessado em criar um ambiente artístico na sua cidade, funda com dois de seus mestres, Gastão e Euzébio da Câmara Leal, a Associação Artística e Literária de Taubaté
1906 - São Paulo SP - Muda-se para essa cidade
1926 - Norte e Nordeste do Brasil - Realiza exposições em todas as capitais e pinta inúmeras paisagens
1934 - São Paulo SP - É um dos fundadores do Salão Paulista de Belas Artes


domingo, 29 de abril de 2012

MESTRE JUSTINO


Nascido em Redenção da Serra, cidade encravada nos contrafortes da serra do mar, em 15/Maio/1932, filho de Antonio Justino de Faria e Mariana Antonia de Faria, agricultores e criadores de ovelhas para tosquia de lã; Cedo o menino Justino já deu mostras de seu talento nas artes plásticas, desenhando com pedaços de carvão do fogão a lenha, santos, festas e as paisagens serranas nas paredes da casa de seus pais, até em arvores, bananeiras e gomos de bambu gigante desenhou, utilizando-se de um estilete. Sensibilizado, seu pai o mandou estudar com mestre Manoel Rocha Filho, um verdadeiro “Da Vinci” caipira, ele era: farmacêutico, político, pintor, músico, inventor, escritor, compositor e poeta. Manézinho, como era chamado carinhosamente pelo povo redencense, ensinou Justino a misturar as cores, os tons eram a sua paixão, seu primeiro trabalho colorido foi uma tela do Sagrado Coração de Jesus, ainda hoje guardada em sua casa, em Taubaté.
Justino sempre lembra dessa sua fase com grande carinho e respeito pelas pessoas com quem teve contato e que influenciaram tanto em sua vida pessoal como artística, nessa época aprendeu a gostar de Monteiro Lobato, uma curiosidade: para comprar os livros, Justino colhia café no sitio de seu pai e vendia os grãos em Taubaté, com o dinheiro gastava tudo em livros e materiais de pintura e desenho.
Redenção da Serra já não mais saciava a sede de conhecimento do mestre, então Justino partiu em busca de novos conhecimentos e de si mesmo. Em Mauá pintou louças tendo como mestres, os chineses da fabrica de porcelanas Real, na baixada santista ilustrou cartazes para filmes dos estúdios da Vera Cruz e até mesmo trabalhou ilustrando livros para a editora Formar, mas nunca deixou de estudar e de pintar. Em Taubaté, Justino teve outro grande mestre, Anderson Fabiano, que o introduziu a pintura moderna e que mais tarde foi seu companheiro no chamado “grupo dos oitos”, que eram artistas que se reuniam em uma casa no largo do teatro Metrópoles para dar aulas de pintura, artes plásticas em geral e para fazer suas exposições.
Mas as grandes paixões de Justino são os murais, sendo o seu primeiro mural o da catedral de Bragança Paulista, retratando a via sacra, obra essa polemica, pois os personagens da via sacra são tipicamente brasileiros, em vez de soldados romanos: policiais militares, as paisagens lembravam as montanhas ao redor de Bragança Paulista, as casas em estilo colonial e cavalos amarrados à porta do botequim, para os católicos tradicionalistas de Bragança foi demais, mas mestre Justino não ligava para as críticas de mentes tacanhas, acostumadas com o óbvio e o eterno retorno do mesmo, Justino quer com sua arte que as pessoas se engajem numa eterna procura pelo novo e conseqüentemente num eterno descobrimento de novas possibilidades.
Em Redenção da Serra na capela de Santa Cruz, Justino pintou o tema “Vida – Dádiva de Deus”, pintando o Gênese, velho testamento, novo testamento, representando a vida: coloca os operários, cineastas, artistas plásticos, engenheiros da NASA e finalmente pela sabedoria e tecnologia, gerada pelo homem, a paz mundial entre os povos.
Justino também expressou as suas idéias, em forma de arte, nos murais feitos em diversos prédios da prefeitura de Taubaté, tais como: Câmara dos vereadores, contando a história do município desde os bandeirantes e passando por seus filhos ilustres, Monteiro Lobato, maestro Fêgo Camargo, artista plástica Georgina de Albuquerque, Mazaropi que adotou Taubaté como segundo lar, figureiras da Imaculada; Biblioteca Municipal tem o mural “Vida e Obra de Lobato” onde Justino reafirma a sua grande admiração pelo gênio de Monteiro Lobato, tanto pela suas obras literárias como pela suas idéias e amor a pátria; Departamento de Educação, Cultura e Esportes mural retratando figureiros da Imaculada, a barganha no mercado municipal; Serviço Social municipal mural onde exprime a sua revolta pelos problemas sociais: viciados em drogas, crianças e velhos abandonados, mendigos e a sua admiração pelos anjos humanitários: irmã Dulce, madre Tereza de Calcutá e o mestre Jesus Cristo; o ultimo mural de Justino foi na escola municipal “José Ezequiel de Souza” retratando os personagens e as antigas instituições de ensino que existiam em Taubaté.
Mestre Justino partiu em sua ultima viagem de conhecimento, que ele tanto tinha curiosidade de saber como era e o que haveria lá (adorava ler e conversar sobre espiritismo, esoterismo, vida após a morte, extraterrestre), no dia 21/04/1994, tendo sido sepultado na sua querida terra natal Redenção da Serra, como ele mesmo dizia: “Lá onde, no alto da serra, me sinto um pouquinho mais perto do Grande Arquiteto do Universo”.
Em 1997 a sua grande amiga Thereza Freire Vieira publicou o livro biográfico “Mestre Justino e sua arte cabocla”, pela editora Publicon - Taubaté.